ativismo, poesia e o que mais eu quiser.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Liberdade


É ela clara e ácida que o meu amor declina
Algo de repulsa por meu desejo e arfar e afã
Pela minha boca faminta e minha esperança vã
Por todo calor de querer a flor que germina

Só com esse látego a me sangrar ensina

Oh Mãe das mães, no Avalon da Lua o clã
Sois Criadora, Mulher, Ninfa, Mãe e Anciã
Mas com sofrer e negar é que me nina

Pois gentil e viril meu instinto se atina
Meu Pai cresce em mim lúdico como Pã
Numa sombra prevejo sapiência amanhã
Mas Cernnannos me toma em ânsia felina

Dilatada retina reflete a menina
Selvagem e puro em minha fé pagã
A quero como ao Cosmo o Leviatã
Mas porque se-me nega, domina

E a fúria cobre minha visão de vermelho e me rouba a sensibilidade, a poesia e a rima.
Nela se torna o sorriso, sarcasmo; em mim o desejo, ferida; o cântico em grito lancinante que destrói versos em prosa rôta...
Me vejo como animal n’armadilha... que se destrói ,se mutila, se amputa por ver que a vida lhe é mais cara que morrer sob um sorriso frio... Rôo minha pata e me livro...
E o gosto do meu sangrar muda minhas palavras como o frio da pessoa e o frio da noite.
Arfando sentindo a saudade da esperança queimar como o ar gelado nas narinas, minha tristeza cresce quando a imagem dela já me traz um misto de sentimentos incongruentes...
E me sinto novamente com o que me resta, sepultar o poeta e o sentimento! Quantas vezes o coração deverá sangrar até que aprenda que não deve bater ? Que deverá sempre ser quente e feroz na carne e frio e mordaz no sentir.. se faz assim quando ao fechar os braços ao redor de alguém faz-se o coração fechar-se sobre si mesmo... só a clausura será segura ?
Mas a dor é tão atroz que me infla o peito e inflama o espírito do sentimento tão intenso de vida ! E na selvageria de correr sozinho pelos campos banhados no pratear selene, meu sangue que respinga me excita... a dor premente é a perspectiva do prazer! A solidão é a antítese que prova a união! E meu uivo pra Lua crescente me mostra que nada fará mais sentido que a liberdade!...

D

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...ou cale-se para sempre...