ativismo, poesia e o que mais eu quiser.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Camões - "Busque Amor novas artes, novo engenho"

 A Girlmisfits falou sobre a dor fingida... Sobre engenho e arte...
Eis que um velho poeta já falou sobre isso,  com alguns louros.
Sendo eu devoto dos sentires  bem antes dos pensares,
 a mim que venha o engenho da arte, como em platônica filosofia,
 onde "a arte imita a natureza.".  


Busque Amor novas artes, novo engenho
Pera matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.

Luís de Camões



2 comentários:

  1. Não sou muito fã do Luiz, acho que Os Lusíadas me traumatizou, mas sou "devota dos sentires", então vamos "para os bosques viver de livre vontade,
    para sugar todo o tutano da vida"(Henry David Thoreau)...

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...ou cale-se para sempre...