Cravo meus dentes em ti, minha vampira...
E as lágrimas que me rolam nas faces misturam-se ao sangue teu que me escorre ao canto da boca... Tal qual me lembro do meu sêmem no teu rosto angelical...
A boca roxa, os olhos negros parados e sem brilho... Já não mais tens olhos pidões me querendo
beijos...
As marcas das nossas noites ainda sobre a tua pele, agora fria e exangue...
Inerte em meus braços o teu corpo que me possuia querendo ser minha...
E o silêncio tranquilo toma o lugar da tua voz enrouquecida sussurando a tentativa de dizer o quão amado eu era...
Eis a liberdade ! Amarga liberdade !
Arfando atrás de um ar que finalmente não tivesse o teu cheiro, olho o céu e vejo estrelas...
Vejo horizontes e sinto frio...
Minhas pernas sem as tuas em tôrno... Meu suor secando e minha boca sem saliva...
Valha-me Deus, eu tinha razão, ainda há um mundo além de nós dois...
E os céus e a terra não são teus olhos e teus peitos...
E o fogo e a água não são teu sexo e teu gozo...
E o canto do vento não é teu gemido e acho eu que vida não é só tua alma...
E eu, que tudo isso percebo, não me importo de ver todo esse universo, tão pequeno e apático agora que és morta...
Precisava, mais que a vida e o cosmo, saber se o ser que sou e sofro, definho e agora morro...
...se era eu e o mundo e Deus...
...se era eu e a existência e o tempo e a luz...
...ou se era tudo e nada um perdido sentimento de amor por ti.
Dario Pendragon
http://vocaroo.com/?media=v2ZWkdUB5FypkDiil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
...ou cale-se para sempre...