ativismo, poesia e o que mais eu quiser.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Liberdade

Liberdade

É ela clara e ácida que o meu amor declina
Algo de repulsa por meu desejo e arfar e afã
Pela minha boca faminta e minha esperança vã
Por todo calor de querer a flor que germina

Só com esse látego a me sangrar ensina
Oh Mãe das mães, no Avalon da Lua o clã

Sois Criadora, Mulher, Ninfa, Mãe e Anciã
Mas com sofrer e negar é que me nina

Pois gentil e viril meu instinto se atina
Meu Pai cresce em mim lúdico como Pã
Numa sombra prevejo sapiência amanhã
Mas Cernnannos me toma em ânsia felina

Dilatada retina reflete a menina
Selvagem e puro em minha fé pagã
A quero como ao Cosmo o Leviatã
Mas porque se-me nega, domina

E a fúria cobre minha visão de vermelho e me rouba a sensibilidade, a poesia e a rima.
Nela se torna o sorriso, sarcasmo; em mim o desejo, ferida; o cântico em grito lancinante que destrói versos em prosa rôta...
Me vejo como animal n’armadilha... que se destrói ,se mutila, se amputa.
Rôo minha pata.
O gosto do meu sangue nas minhas palavras como do calor de um pôr do Sol ao brilho prata e gélido da noite...
Arfando sentindo a saudade da esperança queimar como o ar gelado nas narinas, minha tristeza cresce quando a imagem dela já são sentimentos incongruentes...
E me sinto novamente com o que me resta.
Mas a dor é tão atroz que me infla o peito e inflama o espírito do sentimento tão intenso de vida ! E na selvageria de correr sozinho banhado no pratear selene, meu sangue que respinga me excita...
A dor premente é a perspectiva do prazer!
 A solidão é a antítese da empatia!
E meu uivar pra Lua crescente me mostra que amar não fará mais sentido que a liberdade.


Dario Pendragon

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